O GDCS Juncal jogou ontem a 4ª ronda da Taça ETTU Feminina, tendo perdido por 3-1 contra a equipa húngara do Budaörsi 2iSC – equipa patrocinada pela DONIC, material com boa qualidade disponível aqui.
Com este resultado, a equipa do Juncal é eliminada, ficando assim entre as oito melhores equipas desta competição, sendo que na próxima ronda juntar-se-ão as quatro terceiras classificadas dos grupos da Liga dos Campeões, jogando os quartos-de-final a duas mãos.
Tal como na época passada, voltámos a defrontar esta equipa húngara, uma equipa muito forte e altamente profissional, com atletas de alto nível europeu.
Análise do Encontro
Tal como em Itália, a nossa atleta russa Tatiana Garnova foi a primeira a entrar na área de jogo, defrontando Szandra Pergel (nº103 do Ranking Mundial), esquerdina com pega clássica. Depois de entrar mal no primeiro set (tal como nas restantes partidas…), Tatiana conseguiu melhorar e equilibrar o segundo set onde esteve em vantagem por 7-5, não conseguindo ganhar mais nenhum ponto nesse set, quatro deles com serviço a seu favor. No terceiro set voltou a perder por 11-7 e 3-0 para a jogadora húngara na primeira partida.
Na segunda partida, a nossa atleta japonesa Mitsuki Yoshida, defrontou e venceu Maria Fazekas, dextra com pega clássica, uma atleta já na “casa” dos 40 anos, que divide o seu tempo de atleta com a de treinadora da seleção nacional de Cadetes Femininos. Lembro-me de vê-la jogar no Campeonato da Europa de 2005 em Århus (Dinamarca), o que significa muita experiência e muito Ténis de Mesa ao mais alto nível. A Mitsuki teve bastantes dificuldades mas acabou por vencer por 3-1, após perder o primeiro set.
Na terceira partida, desta vez jogou Patrícia Maciel, a outra atleta formada no Juncal, também com vários títulos nacionais individuais e coletivos e inclusive com um título de campeã europeia de pares femininos em 2014 na companhia de Rita Fins (CTM Mirandela). Neste momento, a Patrícia frequenta o 2ºano do curso de Fisioterapia em Lisboa. Uma opção pessoal, que ao longo dos tempos, se tem tornado um habitué no sexo feminino, que vêem com dificuldade uma eventual aposta na carreira profissional como jogadora, com poucos apoios (para não dizer nenhuns…). Aposto em dizer que qualquer outro país da Europa que possuísse algum(a) atleta campeã da Europa no escalão júnior, quase de certeza que o profissionalismo seria o seu “destino”.
Voltando à partida, Patrícia Maciel defrontou Mercedes Nagyvaradi (nº234 do Ranking Mundial), atleta profissional de 22 anos e que eu tenha conhecimento nunca foi Campeã da Europa… Derrota por 3-0, onde o ritmo faz a diferença de ser ou não profissional.
Com o resultado em 2-1 para a equipa húngara, desistir não estava nos nossos planos e a Mitsuki tinha uma tarefa difícil. Tarefa essa que se revelou ainda mais complicada com a dificuldade que ela teve em receber os serviços da atleta Szandra Pergel, que faz, tanto serviço comprido como curto, criando uma incerteza grande na abordagem à recepção. Depois de um primeiro set perdido por 11-6, teve no segundo set a grande oportunidade de equilibrar a partida com uma vantagem de 8-2, onde a experiência da adversária a este nível, com algumas paragens de ritmo, conseguiu aproximar-se, acabando mesmo por vencer por 12-10. No terceiro set e já com a confiança em alta, Pergel foi mais forte e acabou com a partida por 3-0 e com o encontro por 3-1!
“Despedida”
Despedimo-nos desta competição, eliminados, tal como na época passada, por esta equipa húngara. Há uma diferença grande destas atletas, muito fortes fisicamente, com um controlo do jogo muito constante, jogando muito bem contra a tomada de iniciativa e com muito poucos erros não forçados.
Isto é o trabalho diário de um Centro de Treino Feminino que trabalha há vários anos na capital Budapeste e que para além destas atletas, tem mais três atletas no top 100 mundial, Georgina Pota, Petra Lovas e Dora Madarasz.
Em Portugal, o Centro de Alto de Rendimento de Vila Nova de Gaia, trabalha diariamente desde Setembro deste ano no sexo masculino. Já no sexo feminino, não se adivinha quando isso virá a ser possível…
Um agradecimento às nossas atletas pelo empenho e dedicação, por mais uma vez fazerem história no clube, a toda a direção, restante equipa técnica na pessoa do meu colega Luís Sousa, aos restantes atletas e seus familiares.
O caminho faz-se caminhando…E faz-se sobretudo com muito TOP 😉💪👊
Saudações mesatenísticas
Afonso Vilela, treinador do GDCS Juncal